Há uma indiscutível recuperação das vendas do varejo após 9 meses de altas consecutivas mensais. Mas o ritmo de recuperação oscila bastante. A retomada é muito desigual entre os vários ramos, afirma a equipe de economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Segundo ela, a perspectiva para 2018 é de aceleração do crescimento com a Selic de 6,75% ao ano, podendo cair mais um pouco se a reforma da Previdência avançar e não ocorrer maior turbulência nos mercados financeiros internacionais.
No comparativo anual, o crescimento teve perfil heterogêneo. Os supermercados apresentaram alta de 1,4%, frente a 2016. Segundo a ACSP, foram estimulados pela queda de preços de alimentos (1,49%) decorrente da supersafra e pelo crescimento da massa salarial (3,6%), conforme apontou a pesquisa PNAD divulgada pelo IBGE.
Outros ramos tiveram altas expressivas, como móveis e eletrodomésticos (9,5%), veículos (2,7%) e material de construção (9,2), que refletiram a recuperação da massa salarial e a queda das taxas de juros e alongamento dos prazos de financiamento.
Por sua vez, o ramo de tecidos cresceu 7,6%, se beneficiaram da alta da massa salarial e, possivelmente, pela liberação do FGTS e PIS/PASEP dos aposentados.
Na contramão, informática com queda de 3,1%, sugere que os computadores estão sendo substituídos por tablets e smartphones, mais baratos.
Destaca-se também a fraca base de comparação gerada por dois anos de quedas – de 4,3% e 6,2% – no varejo restrito, e recuo de 8,6% e 8,7% no ampliado.
FONTE: Diário do Comércio / Instituto de Economia Gastão Vidigal