A reativação econômica no Brasil mudou o cenário de empregos como um todo. Com alguns setores desacelerando em seu retorno, e outros claramente crescendo, a pesquisa, baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, mostra que o aquecimento no mercado é visível, ainda que a retomada esteja lenta e a taxa de desemprego tenha recuado de 14,2%, em junho, para 12,6% em setembro.
Nesse ambiente, a esperança de conseguir emprego em 2022 está no radar de 55% dos profissionais brasileiros. Mas, se pelo um quarto dos entrevistados têm vontade de abrir um negócio próprio nos próximos meses, outros 32% já estão na expectativa de iniciar uma empresa e/ou tornarem-se autônomos em breve.
Os dados são de uma pesquisa do Indeed, site global de busca de empregos com 250 milhões de visitas mensais, em média, que entrevistou pouco mais de 730 profissionais brasileiros em novembro último para saber como o trabalho remoto, durante a pandemia, trouxe novas expectativas para os próximos anos.
“Com o avanço da vacinação e a retomada de muitos serviços, é esperado um otimismo porque estamos vendo que o mercado está reaquecendo, mesmo que lentamente”, afirma Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed.
Mas, ainda que a vontade de ser ‘patrão de si mesmo’ esteja na mira de muitos brasileiros, para 46% dos trabalhadores um emprego seguro e estável ainda será prioridade nos próximos anos.
Dentro das tendências para 2022, cerca de 41% dos entrevistados indicaram que estão procurando ativamente por um novo emprego, enquanto 37% se dizem abertos a novas oportunidades, mesmo que não estejam procurando por um. E por volta de 14% não buscarão novas oportunidades, mesmo que outros empregadores os abordem com uma oferta, seja porque estão felizes no emprego atual ou porque temem o atual clima econômico.
Uma vez que a recuperação ocorre gradativamente em diferentes setores e os trabalhadores tenham retornado aos seus locais de trabalho, apenas 17% dos entrevistados esperam continuar trabalhando remotamente, enquanto outros 17% desejam trabalhar presencialmente e 11% gostariam de ter de socializar pessoalmente.
Calbucci destaca que a pandemia trouxe pontos de vista diferentes: enquanto há quem queira voltar ao escritório e interagir com os colegas, há quem tenha encontrado novas formas de organizar a rotina no trabalho remoto.
“Talvez esse seja o maior desafio para as empresas no novo cenário: ser flexível e encontrar o ponto exato em que os trabalhadores se sintam ouvidos e levados em consideração”, finaliza.
FONTE: Diário do Comércio