De acordo com o indicador, somente 6% dos micro e pequenos empresáriosmanifestaram a intenção de contratar crédito nos próximos 90 dias, contra 85% de entrevistados que não têm esse objetivo. Outros 7% não souberam responder a pergunta. Entre os empresários que rejeitam buscar recursos de terceiros nos próximos três meses, conseguir manter o negócio com recursos próprios é a principal razão, mencionada por 48%. As altas taxas de juros também pesam nessa decisão, sendo a justificativa de 19% desses empresários. A insegurança com as condições econômicas do país em virtude da recessão foi mencionada por 14%.
Três em cada dez (29%) micro e pequenos empresários consideram difícil o processo de contratação de crédito, contra 25% que avaliam como fácil. Entre os que consideram difícil, o excesso de burocracia e as exigência dos bancos são o principal entrave, mencionado por 48% desses empresários. Em
segundo lugar aparecem as taxas de juros elevadas (33%) e as irregularidades na documentação da empresa (3%). A contratação de empréstimo em instituições financeiras é o tipo de crédito mais difícil de ser contratado para 24% da amostra.
Indicador de Intenção de Investimento tem ligeira alta para 29,84 pontos
O micro e pequeno empresariado brasileiro também tem se mostrado pouco interessado em realizar investimentos em seus negócios. O indicador de propensão a investir registrou somente 29,84 pontos em abril, pouco acima dos 28,44 pontos observado em março. O indicador também leva em consideração uma escala que varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais o empresário tende a realizar investimentos.
Em termos percentuais, 65% dos micro e pequenos empresários não pretendem investir nos próximos três meses, sendo uma das principais razões a desconfiança diante da crise (26%). Além desses, 43% disseram não ver necessidade de investir, 11% não têm recursos e outros 11% fizeram investimentos recentes e estão aguardando o retorno. “A recessão e o aumento do custo do capital tornam os empresários mais cautelosos diante da possibilidade de expandir seus negócios e de assumir dívidas para fazer frente a investimentos. A crise que se arrasta por mais de três anos leva muitas empresas a operarem com capacidade ociosa e, em alguns casos, até a redução do quadro de funcionários. Nesse ambiente, os projetos de expansão e melhoria do negócio são colocados em segundo plano e a preocupação de grande parte dos empresários passa a ser lidar com estratégias para evitar a queda do faturamento e o aumento da inadimplência”, explica a economista-chefe, Marcela Kawauti.