O consumidor do Estado de São Paulo está mais pessimista do que o consumidor do Brasil em geral e também da região Sudeste. E se mostra ainda mais desanimado quanto a 2018. A constatação vem dos índices de confiança da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) de dezembro de 2017, que detalha, entre outros componentes, como o consumidor vê sua própria situação financeira (atual e futura) e a situação econômica da região em que vive (atual e futura).
O Índice de Confiança de São Paulo (IC-SP), que abrange o território paulista, registrou 64 pontos em dezembro, contra 60 em novembro. Já o Índice Nacional de Confiança (INC) marcou 74 pontos em dezembro no Brasil, dois a mais sobre o mês anterior, e também 74 no Sudeste (66 em novembro).
Encomendados pela ACSP ao Instituto Ipsos, o IC-SP e o INC variam entre zero e 200 pontos; o intervalo de zero a 100 é o campo do pessimismo e, de 100 a 200, o do otimismo. A margem de erro é de três pontos.
“Apesar do aumento dos nossos índices de confiança na passagem de novembro para dezembro ― resultante de uma melhora concreta de indicadores econômicos ―, os resultados estão longe de alcançar o campo otimista (acima de 100 pontos)”, comenta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Quanto às diferenças regionais, ele declara que “os paulistas acompanham mais o noticiário e, com isso, as incertezas e crises nos campos econômico e político minam sua confiança”.
“O consumidor paulista é naturalmente mais crítico em relação à economia pelo fato de o estado ter o rótulo de `locomotiva` do Brasil. As expectativas criadas nos anos de bonança no consumo se revertem em desencanto na mesma proporção ― daí a confiança do estado ser menor do que a nacional e a regional neste momento”, diz Danilo Cersosimo, diretor do Instituto Ipsos.
Alguns componentes do IC-SP/Estado/dezembro:
Avaliação da situação atual da economia da região:
59% acham que está muito fraca, fraca ou razoavelmente fraca (54% em nov)
18% muito forte, forte ou razoavelmente forte (19% em nov)
Avaliação da situação futura (próximos 6 meses) da economia da região:
33% muito mais fraca, um pouco mais fraca (23% em nov)
13% muito mais forte, um pouco mais forte (17% em nov)
Avaliação da situação financeira pessoal atual:
59% muito ruim, ruim, razoavelmente ruim (56% em nov)
22% boa, muito boa, razoavelmente boa (22% em nov)
Avaliação da situação financeira pessoal futura (próximos 6 meses):
24% muito pior, um pouco pior (17% em nov)
29% muito melhor, um pouco melhor (30% em nov)
No INC/Brasil, esses componentes ficaram estáveis. As oscilações registradas ficaram dentro da margem de erro (três pontos).
As entrevistas para o IC-SP e o INC foram feitas pelo Instituto Ipsos entre os dias 1º e 12 de dezembro de 2017 em todas as regiões brasileiras.
Metodologia
O IC-SP e o INC são elaborados a partir de 1.200 entrevistas pessoais e domiciliares, com base em amostra probabilística e representativa da população de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2014). Trata-se de uma medida da extensão de confiança e segurança da população quanto à sua situação financeira ao longo do tempo. Além de indicar a percepção da população quanto à economia, o índice visa a prever o comportamento do consumidor no mercado.
FONTE: ACSP / INC