Alguns se sentem espionados. Outros acham muita coincidência. Há também quem seja completamente guiado pelas sugestões de compra. Fato é que a técnica de retargeting mexe com a cabeça dos consumidores e a venda dos lojistas.
A estratégia pressupõe o interesse em determinado produto depois de o usuário tê-lo pesquisado. A tal perseguição por banners de anúncios depois de pesquisar algum produto ou serviço em um site permite que donos de negócios on-line segmentem as suas campanhas publicitárias, de forma que os seus anúncios apenas apareçam para pessoas que interagiram anteriormente com o seu site e seus produtos.
Inúmeras pesquisas confirmam que a maioria dos consumidores que visitam um e-commerce pela primeira vez raramente ou nunca fecham uma compra, mesmo quando essa era a intenção original. De acordo com o Google AdWords, 97% dos visitantes de um e-commerce não convertem na primeira visita.
A estratégia de base do remarketing é justamente contornar esse movimento e aumentar a conversão. Reengajar pessoas que estejam interessadas para, posteriormente, fazer com que elas comprem.
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Mas a técnica, já amplamente utilizada pelo mercado, pode ir além e também ser aplicada aos aplicativos. Com uma imensidão de possibilidades disponíveis, as marcas precisam garantir mais que o download da ferramenta, e manter seus usuários ativos.
Normalmente, depois que os apps são instalados, as taxas de abandono são altas. E, atrair o consumidor novamente, é um desafio.
Dados da Localytics, plataforma de análise e engajamento para aplicativos móveis, aponta que 21% dos usuários deixam de utilizar o aplicativo após o seu primeiro uso.
Outro estudo mais recente mostra que a maioria dos apps de delivery (77%) na América Latina fizeram campanhas de retargeting no primeiro trimestre de 2020. A média de conversões de retargeting por aplicativo é de 32%.
De acordo com estudo da AppsFlyer, responsável pelas informações, os aplicativos de entrega de comidas superaram outras categorias, como compras (75%), jogos (32%) e finanças (30%).
E como isso funciona? Na prática, imagine um fotógrafo pesquisando novos modelos de câmera. Ele busca câmeras de segunda mão que foram lançadas nos últimos dois anos.
Em meio a sua busca no aplicativo de um marketplace, ele se distrai e começa a usar o outro aplicativo – o Instagram, por exemplo. Como sua intenção de compra teve dados capturados durante a pesquisa, ele passa a ser bombardeado com ofertas dos produtos vistos anteriormente.
No entanto, isso só será possível se o aplicativo que ele usou para comprar uma nova câmera fizer parte de sua rede de parceiros de retargeting do Instagram.
Pode até parecer confuso, mas não é. Numa trama perfeita, os dados de intenção de compras são calculados, a impressão dirigida ao usuário é comprada, a recomendação do produto é determinada e o design do anúncio é criado – tudo em tempo real.
Ou seja, o anúncio será mostrado, refletindo todas as opções de câmeras visualizadas pelo consumidor ou outros modelos com base nas mesmas características, disponibilidade e preço. E ao clicar no anúncio, o usuário será levado de volta ao seu aplicativo original para finalizar a reserva.
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Por mais repetitivo e invasivo que pareça, uma pesquisa americana realizada pela CMO Council mostra que 25% dos usuários gostam de ser impactados com anúncios redirecionados, pois se sentem lembrados de seguir pesquisando sobre produtos e serviços que estavam pesquisando anteriormente. Além disso, a maioria deles (60%) permanece neutra sobre ver esse tipo de anúncio, enquanto apenas 15% dizem não gostar da ferramenta.
Segundo a eMarketer, três em cada cinco usuários nunca bloquearam esses anúncios. Outro material da Criteo indica que usuários redirecionados são mais propensos a converter a visita em compras. Como os usuários navegam em vários sites ao mesmo tempo, consomem muito conteúdo simultâneo para tomar uma decisão. O retargeting é um empurrão a mais para 70% dos usuários que dizem dar preferência ao redirecionamento em relação a concorrência.
Já a taxa de cliques (CTR) de um anúncio feito por retargeting é dez vezes maior que a de um anúncio de exibição típica, segundo dados da Wishpond, plataforma de marketing. Enquanto a CTR média para anúncios de exibição é de 0,07%, a média para anúncios de redirecionamento é de 0,7%.
Números da Chango, empresa especializada em retargeting, mostram que 68% das agências de marketing e 49% das marcas têm um orçamento dedicado para retargeting.
Em 2013, apenas 20% dos profissionais de marketing tinham um orçamento dedicado ao redirecionamento em suas campanhas. Com o avanço dos dispositivos móveis e tecnologias digitais, mais empresas e marcas estão se voltando para a estratégia para aumentar as vendas e o lucro.
Avaliar algumas dessas estatísticas pode ser uma boa forma de entender melhor o interesse do cliente e direcionar o tráfego de volta para o seu site.
FONTE: Diário do Comércio