Em maio, a produção industrial apresentou queda de 7,8% frente ao mesmo mês de 2015, configurando a vigésima sétima taxa de variação negativa consecutiva, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto no acumulado do ano o recuo foi de 9,8% (Tabela 1).
No entanto, o resultado mensal, livres de efeitos sazonais, mostrou estagnação em relação a abril, e quase estabilidade em 12 meses, ao contrair-se em 9,5%, resultado muito próximo ao observado nos dois meses anteriores (-9,7% e -9,6%, respectivamente).
No contraste com maio do ano passado, as quatro grandes categorias de uso continuam em queda, embora menos intensa que a registrada em abril, na mesma base de comparação: bens de capital (-11,4%), bens intermediários (-8,1%), bens duráveis (-17,4%) e bens semi e não duráveis (-2,1%). Destaca-se também o ramo têxtil, com queda de 6,1%, ante retração de 10,1%, observada em abril.
Na contramão, aumentou a quantidade de segmentos que apresentam crescimento, tais como alimentos (3%), produtos farmacêuticos (0,7%), bebidas (4,4%), papel (4,8%) e perfumaria e limpeza (0,7%), estimulados pelos aumentos anteriores da taxa de câmbio.
Em síntese, a indústria começa a dar sinais de que talvez tenha parado de aprofundar a queda de sua produção, em linha com a recuperação da confiança dos empresários e com o menor nível de estoques.
Se confirmada essa chegada ao “fundo do poço”, será uma boa notícia para o setor e para o país, pois a estagnação antecederia uma recuperação em futuro próximo, principalmente daqueles setores mais direcionados às exportações. Nesse sentido preocupa a recente queda da coação do dólar, que, na ausência de ações que reduzam nossos problemas de infraestrutura e de produtividade da mão de obra, poderá significar alguma reversão dos ganhos de competitividade alcançados.