Em outubro, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) caiu 8,2%, frente ao mesmo mês de 2015.
Essa queda foi superior à registrada em setembro, na mesma comparação anual, constituindo o pior resultado para o mês desde 2001, quando se iniciou a pesquisa, embora tenha pesado o fato de ter havido um dia útil a menos em 2016.
Também houve leve intensificação da contração do varejo de acordo com os resultados acumulados no ano e em 12 meses, que corresponderam a quedas de 6,7% e 6,8%, respectivamente.
Por sua vez, o varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, sofreu, no mesmo mês, como sempre, retrações mais acentuadas nas mesmas bases de comparação anteriores (-10,0% e -9,8%, respectivamente), embora no acumulado em 12 meses a redução do volume de vendas tenha sido ligeiramente inferior à observada em setembro (-10%).
Vale destacar que a alta dos juros, a contração do crédito à pessoa física e o declínio da confiança do consumidor, que está nos níveis mais baixos desde 2005, explicam as fortes retrações nas áreas de móveis e eletrodomésticos, informática, veículos e material de construção.
Também o ramo de supermercados segue apresentando redução do volume de vendas (-6,5%), devido às diminuições da renda e do emprego (massa salarial), dos aumentos de preços dos alimentos e pela concorrência do chamado “atacarejo”, que, como o nome indica, mescla vendas no atacado e no varejo.
Até mesmo o segmento de farmácias apresentou queda de 6,1%, também em decorrência da diminuição da massa salarial e da alta de 12,5% nos preços dos remédios, causada pelo reajuste anual.
Em síntese, o varejo ainda aguarda uma intensificação do ciclo de queda dos juros, que só deverá ocorrer no início de 2017, beneficiando o setor a partir do segundo semestres desse ano.