Diminuiu a tendência de queda das vendas do varejo paulista em junho, o que leva a crer que o cenário pode começar a melhorar para o setor. A conclusão está no Boletim n.26 da pesquisa ACVarejo, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O volume de vendas do varejo ampliado recuou 10,5% sobre junho de 2015, uma retração menor frente ao desempenho de maio de 2016 (-12,9%), na mesma base de comparação. O varejo ampliado inclui automóveis e material de construção. No varejo restrito – sem esses dois segmentos – a reação foi maior, já que as quedas foram de 10,4% em junho e de 14% em maio. O resultado é uma primeira reação após sequência de meses de contrações mais fortes (ver quadro mais abaixo).
“Os dados do primeiro semestre do ano continuam a refletir a aguda crise que atinge o varejo paulista, relativamente mais intensa do que no resto do Brasil, devido ao enfraquecimento da indústria. Contudo, o arrefecimento das quedas dos volumes vendidos pode indicar que começa a ter início modesta recuperação, porém ainda no campo ainda negativo”, analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Ele pondera que, mesmo assim, as contrações atingem todas as regiões paulistas e segmentos, até mesmo aqueles vinculados ao consumo mais essencial, como supermercados e farmácias.
Semestre
A pesquisa ACVarejo também revela que, no primeiro semestre de 2016, as vendas nos varejos ampliado e restrito acumulam quedas de 6,4% e de 6,8%, respectivamente, sobre igual período de 2015. Já na variação de 12 meses terminados em junho de 2016 as reduções foram de 6,5% no ampliado e de 5,8% no restrito.
Setores
Em junho houve contrações no volume de vendas dos nove segmentos analisados no varejo ampliado do Estado, sendo que as mais acentuadas foram de lojas de móveis e decorações (-22,6%), concessionárias de veículos (-22%) e lojas de material de construção (-15,2%). “A crise do varejo paulista, assim como a que aflige todo o País, se explica pelas quedas da renda, do crédito e do emprego, mantendo a confiança do consumidor em níveis reduzidos e diminuindo a disposição para comprar”, avalia Alencar Burti.
Regiões
Nenhuma região do Estado de São Paulo registrou aumento no volume de vendas em junho, na comparação com o mesmo período de 2015. As regiões do Vale do Paraíba (-4,7%) e de Jundiaí (-4,9%) apresentaram as menores retrações. Já os piores resultados foram nas regiões de Osasco (-16,8%) e do Litoral (-14,7%).
No semestre, uma única região teve saldo positivo sobre igual período do ano passado: a de Marília (+1,3%). O segundo melhor desempenho foi o da região de Araçatuba (-0,3%). Os piores resultados foram nas regiões de Osasco (-12,7%) e do Alto Tietê (-8,3%).
Volume de vendas SP/comparação com mesmo período do ano anterior (%)
VAREJO AMPLIADO | VAREJO RESTRITO | |
Junho/2015 | -7,9 | -8,5 |
Julho/2015 | -11,7 | -9,7 |
Agosto/2015 | -15,4 | -13,4 |
Setembro/2015 | -16,2 | -13,4 |
Outubro/2015 | -14 | -10,8 |
Novembro/2015 | -14,5 | -11,3 |
Dezembro/2015 | -15,1 | -14,7 |
Janeiro/2016 | -18,1 | -18,1 |
Fevereiro/2016 | -8,1 | -9,5 |
Março/2016 | -13,5 | -14 |
Abril/2016 | -13 | -13,8 |
Maio/206 | -12,9 | -14 |
Junho/2016 | -10,5 | -10,4 |